quinta-feira, 13 de junho de 2013

Capitulo 2


POV Vanessa

O caminho para a sede foi confuso e desesperado, o olhar de desprezo do homem da falésia me deixou debilitada como se ele soubesse como me atacar ou qual era o meu ponto fraco. Era como se ele conhecesse cada linha do meu passado e o medo quase desesperador que eu tinha do desprezo das pessoas que me rodeavam ou ate mesmo daqueles que ficavam mais próximos de mim.

Minhas mãos tremiam agarradas ao volante enquanto eu dirigia desesperada até á sede eu precisava olhar á minha volta e ver se todos me olhavam como ele e eu nunca havia percebido isso. Eu precisava saber!

Assim que cheguei á sede pulei para fora do meu carro e olhei em volta á procura de algo que somente eu vi e assim que rodei meu corpo olhando em volta reparei que todos me encaravam e o medo de ver o desprezo nos olhos de todos ele foi tão intenso e devastador que entrei em meu carro novamente e sai cantando pneu daquele lugar e dirigi sem destino ou sem meta final.

Eu dirigia sem olhar para onde ia somente as lágrimas eram a minha única certeza naquele momento, eu não sabia o que era aquela dor fazia á bastante tempo e agora tudo voltou a triplicar

Quando dei por mim estava de novo onde o desconhecido fez todos os meus medos renascerem de novo. O medo de ver todos os que me rodeavam me olharem com desprezo, raiva ou ódio.

Ha noite já se encontrava cerrada por isso não sai de dentro do carro com medo de fazer algum tipo de besteira e ali de novo sozinha perdida em meu mundo fechado eu chorei por tudo o que eles me fizeram e por tudo o que estava a sentir.

As palavras que eles sempre me diziam ainda estavam gravadas na minha cabeça e rodavam em meus sonhos tornando qualquer noite tranquila em uma noite tempestuosa e assustadora me fazendo acordar arfando e chorando desesperada me sentindo sozinha em um mundo grande e cheio de maldade. A minha mente fazia questão de quando eu sentisse um pouco de orgulho de mim mesma reproduzir as suas vozes em minha mente fazendo com que tudo fosse relembrado com todos os detalhes e sentimentos.

"Você não tem futuro Vanessa. O que você fará da vida? Ser prostituta e rodar bolsinha na esquina da rua?”

"Quem quer uma vagabunda sem futuro como você? Nunca terá um homem nesse mundo que queria uma pessoa como você!”

"Você foi um erro na nossa vida Vanessa! Você devia ter morrido durante o parto ou sequer ter nascido!"

Os olhares constantes de desprezo que eles me lançavam todas as manhãs, a forma como eles me tratavam a cada dia que passava a raiva deles, o nojo em cada frase e gesto. Era como se eu tivesse algum tipo de vírus contagioso e eles pudessem morrer caso tocassem em mim.

Eu sempre jantava depois deles, nunca me sentei na mesma mesa que eles para não ter que os ver felizes os dois no mundinho nojento deles e eu ali sozinha num canto vendo toda a felicidade deles, sempre que eu caia ou me machucava era eu que tinha que me cuidar. Minha primeira mestruação, minha primeira paixão, minha primeira desilusão era tudo curado com o tempo e com várias lágrimas nunca com o apoio e carinho dos meus pais.

Ainda com as lágrimas em meus olhos encarei a escuridão da noite á minha frente tentando enxergar algum tipo de luz que me guiasse pelo longo caminho que eu teria que seguir.

Ainda no meio de lagrimas e tratei de me descalçar e sai do carro aos trôpegos e caminhei desesperada por entre a escuridão da pequena floresta que me levaria á falésia. Era um caminho cheio de pedras e mato, mas nada doía ou ardia enquanto eu corria por entre aquele matagal denso, a dor em meu peito era dez vezes pior que toda a dor que eu pudesse sentir enquanto eu corria até ao meu destino.

Assim que me vi perto da falésia eu caia enquanto via que todo o meu desespero se abria como a falésia que se estendia á minha frente.

Aquele era o cenário quase perfeito para toda a minha dor, era como se minha mente estivesse na beira de um precipício de dor sem fim que me fazia querer debruçar sobre ele e ver o que me aguardava no fim daquele buraco fundo e sem fim de dor.

Minha vontade de gritar e chorar eram tão grandes que rompia todo o meu corpo para poder sair e ser demonstrado para todo aquele silêncio sem fim.

Há quanto tempo eu não me sentia assim?

Rasgada por dentro?

Dolorida?

Com vontade de me matar?

Com o meu peito inchado de raiva de mim mesma?

Todo o que eu havia conquistado em quatro anos tinha ido por água abaixo com o olhar de desprezo pelo homem que matará tantas pessoas sem justificativa. Ele não tinha o direito de me olhar assim quanto era ele quem merecia tal olhar.

Não! Ninguém merecia ser olhado com desprezo, todos cometíamos os nossos erros e caiamos na tentação de fazer tudo errado, mas temos o direito de concertar e ser realmente recompensados por isso não é?

Todos têm o direito de ser perdoados e nunca julgados por um erro, nunca devemos de ser tratadas como erros, e sim como dádivas de um ser mais poderoso e maior que todos nós!

Não sei quanto tempo eu fiquei ajoelhada ali perto da falésia, mas eu acabei adormecendo naquele chão duro e empoeirado enquanto as lágrimas da minha destruição rolavam livremente pelo meu rosto.

POV Zac

Aquele olhar triste e medroso da Investigadora Vanessa me havia deixado confuso e curioso á cerca do seu passado. Seria algo bem grave para ela não reagir depois da forma como eu havia olhado para ela.

Qual seria o segredo que girava em torno daquela mulher linda e a minha ameaça perante a justiça?

Qual seria o maior medo dela?

Deveria de ser algo bem fundo e que a magoou já que ela depois do nosso encontro saiu quase voando da falésia em direção á cidade.

Nunca foi pego em um trabalho, era silencioso e sem vestígios quase um fantasma em cada caso que eu pegava. Não tinha prazos, tudo planeado até ao ultimo minuto de vida do futuro defunto e nunca falhava.

Planeava matar a investigadora depois de saber tudo á cerca do nosso caso e como eles iam agir para nos pegar em flagrante, mas quando a vi tão indefesa, ali á minha frente me deu um vontade louca de perceber o que tanto rodava á volta dela, uma vontade de pegar nela nos braços e sair dali com ela e tentar curar todas as suas feridas.

Mais uma vez sai de casa, mas dessa vez peguei no carro e sai sem rumo, precisava pensar numa forma de descobrir tudo o que eu precisava sobre a Investigadora, mas quando cheguei á rua onde dava para a falésia onde eu havia me encontrado com ela estava um carro preto com a porta do condutor aberta e havia uns sapos de salto alto que eu logo reconheci por estarem nos pés da investigadora mais cedo, mas não havia sinal de movimentação dentro do carro.

Estacionei atrás do dela e sai do carro e fui atrás dela, não sei bem o porquê que fiz aquilo, mas era quase uma necessidade minha ajuda-la ou até mesmo encontra-la seja lá onde ela estava.

Caminhei em direção da pequena mata densa que dava ao precipício procurando por todos os lados por algum tipo de vestígio dela ou alguma pista por onde ela pudesse estar.

Mas nada encontrei até que a vi perto da falecia adormecida com o seu rosto quase oculto pelas sombras da noite quase sombria que ali fazia, mas assim que eu me aproximei senti o meu peito se apertar ao ver seu rosto banhado em lágrimas recém-derramadas.

O que será que ela estava a fazer ali? Porque aqui?

O seu rosto estava inchado pelo choro e a ponta do seu nariz estava levemente vermelho enquanto o seu corpo ainda se
sacudia com pequenos ispamos vindos do fundo do seu peito.

Sua respiração saia em arquejos doloridos e algumas lágrimas solitárias brilhavam no canto dos seus olhos como se seu sono fosse ou estivesse a ser perturbado por lembranças ou pesadelos antigos.

Num impulso a peguei ao colo e a levei para o meu carro, a deitando no banco traseiro tomando cuidado para não a acordar ou até mesmo a machucar com os meus movimentos.

Logo depois corri até ao carro dela e peguei nos sapatos que estavam ali jogados ao lado da porta aberta e peguei na bolsa dela e nas chaves do carro o fechando para que não fosse roubado e logo corri de returno ao meu carro para seguir caminho para a minha casa.

Olhei para ela através do retrovisor e vi que ela respirava com mais calma sem sinais de novas lágrimas.

Até com aquela cara de choro ela era linda!
Fugindo dos meus pensamentos tratei logo de ligar o carro para seguir em direção da minha casa que ficava a alguns quilômetros de distancia de onde eu estava.

Quando cheguei à casa a Kate estava a andar de um lado para o outro e aparentemente nervosa. Sai do carro e peguei a
investigadora nos braços e caminhei até á porta de casa.

Assim que Kate me viu com a investigadora em meus braços seus olhos ficaram vidrados na mulher em meus braços e logo depois ela se focou em mim com uma expressão confusa marcada em seu rosto.
Ela correu até mim e quando viu o rosto da investigadora manchando pelas lágrimas ela passou a mão pelo rosto bonito dela a e me olhou preocupada.

- O que se passou? O que aconteceu? Porque que você esta com a Investigadora Vanessa nos braços!? O que você fez! - Eu passei por ela mesma com as suas perguntas todas que eu fiz questão de ignorar e entrei e logo vi todos eles ali e sorriam quando viram quem eu trazia e eu abanei a cabeça negando reprovando a alegria deles.

- Preciso que um de você vá á cidade comprar roupas para ela. Vou coloca-la no meu quarto. Por favor, seja discreta. - A Kate saltitou no sitio e acenou a cabeça e pegou no braço do Jared e caminhou velozmente para a porta que dava acesso á garagem desaparecendo da minha vista.

O Chace e o Scoot olhavam-me desconfiados e eu dei de ombros enquanto caminhava para o andar de cima onde ficava o meu quarto. Quando lá cheguei a coloquei no meio da minha cama de casal e sentei-me na cadeira que havia ao lado da cama e fiquei a observa-la dormindo. Mesmo com as perguntas todas da Kate em momento algum ela acordou ou se remexeu em seu sono.

(...)

Já passava da meia noite quando Kate trouxe todas as compras que havia feito na loja de uma amiga dela e as guardou em meu closet. Durante todo aquele tempo que eu estive aqui eu não havia conseguido pregar o olho devido á minha curiosidade. A áurea de mistério rodava todo o corpo da mulher que agora se remexia na minha enorme cama.

Será que ela vai acordar?

Assim que eu pensei nisso os olhos da Investigadora se abriram enquanto o seu corpo pulava da cama ficando sentada de frente para mim, mas eu estava escondido pelas sombras da noite que a lua fraca não conseguia iluminar. Assim que os seus olhos se focaram em mim vi que uma mascara de medo e desespero se formou em seu rosto.

- Quem é você?